terça-feira, 2 de julho de 2013

Jung e a atitude religiosa

Jung demonstrou um grande interesse pelas questões espirituais e religiosas, e os via como fenômenos psíquicos e não através dos seus conteúdos doutrinários, no tocante a verdade ou validade de afirmações ou dogmas de quaisquer confissões religiosas. "Na medida em que o fenômeno religioso apresenta um aspecto psicológico muito importante, trato o tema dentro de uma perspectiva exclusivamente empírica: limito-me, portanto, a observar os fenômenos e me abstenho de qualquer abordagem metafísica ou filosófica. Não nego a validade de outras abordagens, mas não posso pretender a uma correta aplicação desses critérios."4 Jung percebia que o homem moderno ansiava por restaurar a dimensão espiritual perdida e considerava que muito do sofrimento psíquico que as pessoas padeciam tinha origem na perda da dimensão religiosa de suas vidas. "...há trinta anos minha clientela provém, um pouco, de quase todos os países civilizados do mundo.... De todos os meus pacientes que tinham ultrapassado o meio da vida, isto é, que contavam mais de trinta e cinco anos, não houve um só cujo problema mais profundo não fosse o de uma atitude religiosa. Aliás, todos estavam doentes, em última análise, por terem perdido aquilo que as religiões vivas ofereciam em todos os tempos, a seus adeptos, e nenhum se curou sem ter realmente readquirido uma atitude religiosa própria, o que, evidentemente, nada tinha a ver com a questão de confissão ( credo religioso ) ou com a pertença a uma determinada igreja."5 "Como médico e especialista em doenças nervosas e mentais, não tomo como ponto de partida qualquer credo religioso, mas sim a psicologia do homo religiosus, do homem que considera e observa cuidadosamente certos fatores que agem sobre ele e sobre seu estado geral."6 Jung, C.G Psicologia da Religião Oriental e Ocidental 4 - Op.cit. P 2 5 - Op.cit. P 335/336 6 - Op.cit. P 5

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