terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Flores, esperança e otimismo




Flores, Esperança e Otimismo

Estamos no mês de setembro e a Primavera se aproxima.
É a estação onde nossos sentimentos se renovam, assim como as flores que brotam e espalham a sua beleza. Suas cores e seu perfume nos chamam a atenção...
E os bons sentimentos nos contagiam durante as tardes longas e o clima mais ameno. Essa mudança na paisagem pode, se permitirmos, nos levar a uma viagem para dentro de nós mesmos, olhando a vida com mais cuidado.
Assim como a natureza se transforma e busca o equilíbrio após a estação do frio e da seca, também nossa vida deve buscar mudanças.  Esse é o otimismo.
Rubem Alves, em uma de suas reflexões, afirma: " Esperança é o oposto do otimismo.  Otimismo é quando, sendo primavera do lado de fora, nasce a primavera do lado de dentro. Esperança é quando, sendo seca absoluta do lado de fora, continuam as fontes a borbulhar dentro do coração. O otimismo se alimenta de grandes coisas. Sem elas, ele morre.  A esperança se alimenta de pequenas coisas."
No meio de um mundo com tantas turbulências, não podemos nos deixar brutalizar, nos entristecer e perder a esperança de um mundo melhor.
Nosso mundo interno, nosso refúgio interior deve nos nutrir através da paz que lá habita. 
Não podemos perder as forças que sustentam nossa esperança. 
Não podemos encolher nossos sonhos e limitar nossas expectativas.
Vale ter a certeza que o deserto irá florescer, vale ter a convicção que haverá algo novo, especialmente quando se nota tudo tão árido.....precisamos crer que a vida nos foi dada para a plenitude, devemos buscar meios para que a vida flua e volte a acontecer com qualidade para todos. Temos força para construir novos experiências e buscar novos caminhos.
É fundamental crer e ter fé na vida.
Creio que o otimismo e a esperança devem caminhar de mãos unidas, para que o equilíbrio, a bondade e a solidariedade voltem a fazer parte de nossas vidas.
E nada como a sensação boa de que as flores estão voltando....
                                                                      Maria Tereza Giordan Góes
                                                                         CRP06/19135
                                                                        www.tereza.psc.br



Nosso jeito criativo de ser

Nosso jeito criativo de ser "Em todo adulto espreita uma criança, uma criança eterna, algo que está sempre vindo a ser, que nunca está completo, e que solicita cuidado, atenção e educação incessantes. Essa é a parte da personalidade humana que quer desenvolver-se e tornar-se completa". Jung. Carl Gustav Jung, criador da Psiclogia Analítica, passou um bom tempo de sua vida estudando o tema da criança interior. Entregou-se à experiência de vivenciar suas antigas brincadeiras infantis e observou que, ao brincar, uma enorme fonte de energia e criatividade era acionada. Nossa criança interior manifesta-se no nosso comportamento através da espontaneidade, da alegria, da curiosidade e da intuição. As crianças são naturalmente curiosas. Começamos a envelhecer quando deixamos de ter curiosidade pela vida. Se já vimos tudo e aprendemos tudo, então estamos velhos. A alegria é o que nos mantém saudavelmente infantis. Cuidar da nossa criança interior é uma forma de celebrar a vida dentro de nós. Quando negligenciamos esta criança interna, adoecemos, tornamo-nos adultos amargos e envelhecidos antes do tempo. O encontro com a criança interior é uma fonte de auto conhecimento que aumenta a auto estima e traz a paz e a alegria - é o resgate da essência do puro amor. Pessoas que se sentem bem no seu dia a dia e acolhem com entusiasmo os que as rodeiam, que evitam as reclamações e dissabores, estão em paz com a sua criança interior. Nossas crianças internas necessitam de cuidados especiais, para que tornem nossos jardins ainda mais floridos, através da sua ingenuidade, alegria de viver, lindas fantasias e muito amor incondicional. Maria Tereza Giordan Góes www.tereza.psc.br CRP 06/19135 www.tereza.psc.br www.artedaescuta.com.br

A mente mente

A mente mente A mente mente quando acredita que o essencial da vida está no passado ou no futuro, mas nunca no instante presente, nunca naquilo que somos e fazemos a cada momento. A mente mente quando acredita que sempre nos falta algo de importante, sem que saibamos o que é o importante e passamos a vida toda nessa busca. A mente mente quando acredita que a realidade existe tal e qual a percebemos, quando na verdade, o que vemos são nossas próprias projeções e percepções, vistas através das nossas lentes. A mente mente quando, através dos nossos desejos, medos, expectativas e opiniões, cria situações ilusórias que nos assustam, nos paralisam e nos levam a atitudes nem sempre adequadas. A mente mente quando acredita que as ilusões que criamos, são verdades absolutas, podendo nos levar a um engano permanente, onde os erros cometidos nem sempre são reparáveis. O melhor antídoto para combater as mentiras da mente e as ilusões é a DES - ILUSÃO. Através da tomada de consciência e da reflexão, nossas lentes sofrerão uma mudança, passarão do olhar externo para um olhar interno, onde não mais se projeta emoções e sentimentos intrusos que só nos levam a dissabores, medos e tristezas. Teremos um maior auto conhecimento e olhares mais sensíveis e atentos a tudo que gira em nosso redor. Maria Tereza Giordan Góes CRP 06/19135 www.tereza.psc.br www.tereza.psc.br www.artedaescuta.com.br

terça-feira, 2 de julho de 2013

Jung e a atitude religiosa

Jung demonstrou um grande interesse pelas questões espirituais e religiosas, e os via como fenômenos psíquicos e não através dos seus conteúdos doutrinários, no tocante a verdade ou validade de afirmações ou dogmas de quaisquer confissões religiosas. "Na medida em que o fenômeno religioso apresenta um aspecto psicológico muito importante, trato o tema dentro de uma perspectiva exclusivamente empírica: limito-me, portanto, a observar os fenômenos e me abstenho de qualquer abordagem metafísica ou filosófica. Não nego a validade de outras abordagens, mas não posso pretender a uma correta aplicação desses critérios."4 Jung percebia que o homem moderno ansiava por restaurar a dimensão espiritual perdida e considerava que muito do sofrimento psíquico que as pessoas padeciam tinha origem na perda da dimensão religiosa de suas vidas. "...há trinta anos minha clientela provém, um pouco, de quase todos os países civilizados do mundo.... De todos os meus pacientes que tinham ultrapassado o meio da vida, isto é, que contavam mais de trinta e cinco anos, não houve um só cujo problema mais profundo não fosse o de uma atitude religiosa. Aliás, todos estavam doentes, em última análise, por terem perdido aquilo que as religiões vivas ofereciam em todos os tempos, a seus adeptos, e nenhum se curou sem ter realmente readquirido uma atitude religiosa própria, o que, evidentemente, nada tinha a ver com a questão de confissão ( credo religioso ) ou com a pertença a uma determinada igreja."5 "Como médico e especialista em doenças nervosas e mentais, não tomo como ponto de partida qualquer credo religioso, mas sim a psicologia do homo religiosus, do homem que considera e observa cuidadosamente certos fatores que agem sobre ele e sobre seu estado geral."6 Jung, C.G Psicologia da Religião Oriental e Ocidental 4 - Op.cit. P 2 5 - Op.cit. P 335/336 6 - Op.cit. P 5

O retorno ao Sagrado

Atualmente vivemos a experiência do desencanto. As pessoas estão muito descontentes com os seus representantes políticos, com as relações pessoais efêmeras e desrespeitosas, com a falta de qualidade dos programas de TV, com o aumento da criminalidade e, com muitos outros fatores que estão invadindo com tristeza, violência e insegurança as nossas vidas. Sintomas destes dissabores vêm surgindo, tais como a depressão e os distúrbios físicos, psíquicos e sociais. O homem, em contato constante apenas com o meio externo, tem vivido a experiência do desencanto, da tristeza e do vazio existencial. No entanto, existe todo um mundo melhor acessível à ele: é o mundo da alma, também chamada de psique. É necessário que o homem resgate a comunicação com seu mundo interno, que é o lugar onde habita seu deus interior ou o self, em outras palavras, retomar a espiritualidade. Eis aí um refúgio seguro....onde a fé, o amor, o diálogo e as reflexões estão sempre à disposição. É o contato com o mais profundo e verdadeiro do seu ser, é o contato e o retorno ao Sagrado. É através dessa relação contínua e intensa, que o homem se torna mais humanizado, e passa a caminhar com respeito e fé. É onde o desencanto se transforma na esperança de dias e homens melhores. A experiência da espiritualidade levará o homem, antes afastado de sua essência e de sua testemunha interior, a reformular a relação competitividade x solidariedade, levando-o a um sentido e um significado maiores à sua vida. Algumas práticas podem ajudá-lo neste trabalho, tais como a meditação, a oração, a contemplação e a psicoterapia. Ter a coragem de permanecer em silêncio, ouvindo a voz interior e preenchendo, desta forma os buracos da alma parece que é a tarefa que se faz urgente nos dias de hoje. E, se cada um de nós cumprí-la, poderemos ter de novo o encanto e a alegria em nossas vidas. Maria Tereza Giordan Góes CRP 06/19135

Um caminho para a individuação

Certa vez perguntaram a Jung ( Carl Gustav Jung, criador da Psicologia Analítica) quem era Deus e ele respondeu: “ Eu não conheço Deus, eu sei Deus”. Jung, por ter um pai pastor, tinha uma relação especial com a religião e com as questões da alma. Fundador da Psicologia Analítica, Jung acreditava que a relação com o Sagrado, seria um dos caminhos para a individuação. Penso que Deus é Aquele que vive no coração das pessoas que sonham o mesmo sonho, um sonho que está contido na poesia do Pai Nosso : um mundo de fraternidade, sem misérias, sem vinganças, sem violência. E a violência, a miséria e a vingança só serão resolvidas quando os homens aprenderem a ser mansos. E isso vai exigir uma transformação espiritual. E o que é transformação espiritual? É ter um caso de amor com a vida, com tudo que nos é oferecido por ela...sejam noites escuras e assustadoras ou lindas manhãs banhadas pelo sol....mas um caso de amor com a certeza de que não estamos sós e que cada passo em nossas vidas representa a beleza e a evolução da nossa condição humana. E que apesar de tudo, devemos ser adeptos da filosofia de reverência pela vida. Temos que nos curvar e louvar ao Divino que nos vem de uma forma leve e sublime, mas também de uma forma aterrorizante...não cabe a nós julgar, mas nos cabe uma aceitação plena... E o que significa ter um caso de amor com a vida? É ter olhos capazes de reconhecer o Belo em algum momento, de alguma forma, durante nossa fugaz e efêmera vida. Rubem Alves afirma : “ Reconhecer o Belo é um dom. Experimentá-lo é o mais alto grau de espiritualidade que nós, seres humanos, podemos alcançar. O Belo transforma nosso olhar e nos dá a sensação de integridade. Ele está presente em todas as coisas, na natureza, nas artes, nos seres humanos, nas descobertas permitidas pelo universo, no Divino que se revela...” Creio que o caminho para saber Deus é o caminho da alegria, é a certeza de não estar só, é o caminho do amor incondicional, da gratidão e do louvor. M. Tereza Giordan Góes www.tereza.psc.br

terça-feira, 5 de março de 2013

O não criativo

O    NÃO     CRIATIVO O semestre letivo já começou. Todos, em várias faixas etárias, organizaram seu material escolar, uniformes, mochilas e foram rever seus colegas para colocá-los em dia com as novidades. E o entusiasmo surge, frente ao novo que se inicia. Mas logo a rotina se faz presente: rever o que foi explicado em sala de aula, trabalhos individuais ou em grupo, seminários, provas e as atividades de casa. Aí começam os problemas: as crianças não querem fazer suas lições de casa sozinhas e nem se lembram das explicações dadas em sala de aula;  os adolescentes não lêem o que é cobrado, não se preparam para as provas e começam a faltar às aulas: têm muito sono e não conseguem acordar, ou então, " matam" as aulas com seus amigos e ficam vagando pelas ruas. A escola começa a chamar os pais e cobrar deles uma atitude. Os pais não sabem o que fazer, castigam-no, levam ao psicólogo e até ao psiquiatra, que acaba prescrevendo à essas crianças e adolescentes a " droga da obediência". E é assim que as nossas crianças e adolescentes se iniciam na dependência das drogas. Salvo os casos que realmente necessitam, penso que a medicação anda sendo prescrita no lugar dos limites e da disciplina que deveriam ser colocados desde a mais tenra idade: lugar e horário adequados  para o estudo; TV, som, celular, etc, desligados durante a atividade; supervisão à distância dos pais para não criar dependência.  Estas atitudes adequadas, repetidas inúmeras vezes, passarão a se tornar automáticas ao longo da vida e a criança se tornará então, dependente sim, mas de bons hábitos de estudo e de atitudes. Falar NÃO à um filho quando necessário é o caminho da sua liberdade. É o NÃO criativo, que fará com que ele busque, pense e transforme seu ambiente com criticidade. O SIM, muito mais fácil e cômodo de se colocar à um filho é destrutivo, levando-o a uma insatisfação crônica que nunca tem fim.  A busca pelo prazer imediato passa a ser constante, incluindo os prazeres químicos que já foram iniciados na infância. Portanto, não tenham medo de falar NÃO ao seu filho.  É a melhor parte da educação que você pode lhe dar.   Maria Tereza Giordan Góes    Psicóloga              CRP 06/19135         www.tereza.psc.br