A função paterna 05/08/2011
As grandes transformações culturais levaram a uma mudança na estrutura familiar e nas expectativas acerca dos papéis familiares.
As funções materna e paterna têm um papel central no desenvolvimento e estruturação do psiquismo da criança e na formação da sua personalidade. A adequada interação do pai com seu filho, ou seja, a função paterna, irá ajudar a criança na construção de um sentimento de Si mais positivo e seguro, além de um posicionamento adequado na sociedade.
No entanto, com a emancipação feminina, a função paterna vem sendo realizada pelas mulheres de uma forma distorcida, devido aos princípios femininos. Espera-se uma maior participação do pai nas tarefas domésticas e no cuidado com os filhos, mas como não é fácil combinar as qualidades de um trabalhador bem sucedido com as de um pai de sucesso, vemos um homem fragilizado e confuso em suas atribuições, restando às mulheres o papel de provedor e educador. Ser um novo pai, implica uma ruptura com os papéis masculinos tradicionais, outrora autoritários, provedores, distantes e incapazes de expressar afeto. O antigo pai, dá lugar a um pai presente e afetivo.
Mas essa mudança de papéis, que gera incertezas, também impede o estabelecimento de limites. O pai não mais exerce autoridade, não ensina os limites da vida, as ordens e as regras sociais, ou seja, o mundo do patriarcado; e os filhos, também confusos, passam então, a ditar as regras. A antiga repressão dá lugar à permissividade e, os limites tão necessários ao desenvolvimento da ética e dos valores, acredita-se desnecessários e ainda prejudiciais ao crescimento dos filhos
O pai, enquanto figura de extrema importância na educação dos filhos, deveria manter o equilíbrio entre autoridade e afeto. Mas a culpa pelo receio de estar errando, pela falta de tempo e pela ausência, torna-se a grande responsável pela liberdade excessiva. Os pais têm medo de dizer “não” aos seus filhos, pois poderão contrariá-los.
No entanto, o “não criativo” é necessário para a sua formação . É um “não” que deve ser colocado com sabedoria e que levará a criança a uma postura transformadora e evolutiva em sua vida. Desta forma, tanto os meninos quanto as meninas terão um bom referencial masculino, evitando problemas posteriores.
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